MATERIA TRABALHO DO ARTISTA - HOJE.

Do campo para a cidadeO drama do êxodo rural será abordado no espetáculo Sombras de um Passado, de Miguel Joaquim das Neves. Ele e a atriz Solange Ezequiel tratarão de assuntos que envolvem os dilemas do homem contemporâneo. A peça será apresentada amanhã, às 20h30, no Centro Cultural Gilberto Mayer. O ingresso custa R$ 5.De acordo com Miguel, a trama se baseia no livro Sina, de sua autoria. “O espetáculo retrata o cotidiano de um homem que vem do interior para a cidade. O personagem, então, precisa se adaptar ao meio urbano e se depara com muitas situações difíceis nessa nova realidade”, explica.Alcoolismo, gravidez precoce e agressões contra a mulher são apenas alguns dos temas encenados pelos atores. “Tentamos tratar assuntos que envolvem valores humanos dentro do contexto social brasileiro. Algumas pessoas não encontram condições adequadas de vida após irem para a cidade, principalmente porque boa parte dos trabalhos exige mão-de-obra especializada e nem todos a têm”.Ainda assim, o autor acredita que o ser humano seja capaz de se adaptar a qualquer situação. “O texto é uma obra de ficção que resgata o regionalismo brasileiro, os caboclos. Todos que passaram por isso na vida conseguiram sobreviver. O enredo salienta o drama que é essa adaptação. Usamos muitas cenas baseados em fatos. Trazer a história regional, as nossas raízes, é uma das características de meus trabalhos”, completa Miguel.Prêmios A peça foi criada há mais de seis anos e já foi apresentada em universidades de toda a região. Além do bom público, o espetáculo ainda recebeu várias premiações em concursos. “Entre eles está o Festival de Teatro de Cascavel, no qual, em 2002, o espetáculo foi premiado nas categorias melhor direção, melhor espetáculo, melhor figurino, melhor atriz e melhor ator”, conta Miguel Joaquim das Neves.No início deste ano a peça foi selecionada para a Mostra Fringe, realizada durante o Festival de Curitiba desde 1998. “Fomos um dos selecionados justamente por termos como temática o êxodo rural, usado em questões que resgatam muito a cultura paranaense. No entanto, decidimos nos apresentar na Mostra somente em março no próximo ano”, conclui o diretor.

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