O FILHO DO JORNALISTA

O FILHO DO JORNALISTA

O filho do jornalista

Vendo de longe e vestido naquele traje preto entre tantos outros presente é que ele notou o quanto o seu menino havia crescido, sim agora ele já era um homem pensou consigo, mas no fundo sabia que faltava muito para essa maneira de pensar fosse verdade, alías se vai um vida inteira para o homem entender o que é realmente ser um homem. Estava tão intertido nos seus pensamentos que só voltou a realidade quando sua esposa ao lado lhe cutucou dizendo: - Parece que foi ontem que o Douglas começou sua faculdade de jornalismo, e agora ai esta ele com um canudo na mão.como fico feliz em velo-lo formado. Logo após os abraços fotos e pouses para posterior eternidade se deslocamos para a nossa velha casa o garoto homem ainda não se havia desmamado totalmente do berço familiar. Em casa entre uma conversa e outra Douglas disse ao seu pai: - Bem pai agora que já me formei você poderia arrumar uma vaga para mim lá onde o senhor trabalha, que tal? No que sua mãe se meteu na conversa dizendo: - A velha psicologia de sempre, o filho se espelhando e procurando superar o pai! Entre rizadas ele respondeu a ela: - Que isso Mônica o douglas esta pensando em apenas trabalhar, acho normal ele começar a sua carreira, em um lugar onde alguém possa lhe dar uma mão, não vejo nada demais nisso.
Assim Douglas arrumou serviço no jornal onde seu pai trabalhava e ambos vinham sempre para casa juntos e a vida continuava na mesma rotina de sempre. Certo dia saindo do jornal uma jovem morena de olhos amendoados e vestida de jens surrados pelo tempo vem falar com os mesmos quando eles já estavam no estacionamento para saírem, ao ver a jovem o pai de Douglas, não deixa esconder um certo nervosimo e pegando um filho pelo braço, entram no carro e saem rapidamente dali, deixando a jovem a falar sozinha. No caminho douglas pergunta ao seu pai: - Porque o senhor não quis falar com a moça pai, ela nem chegou a abrir a boca e o senhor saiu correndo como se tivesse visto o diabo. O pai tentando disfarçar diz: - Ela é uma moça aventureira e bagunceira, não merece nossa atenção, tem certas pessoas que devemos evitar. A conversa morreu neste ponto e daí para frente não se comentaram mais sobre o assunto.
Passou se dois meses. Agora Douglas já tinha comprado um velho fusca e ia sozinho para o trabalho. Certa noite voltou para casa e estava mechendo nas velhas pastas de seu pai, quando este o flaga e pergunta ao mesmo: O que esta procurando filho? No que Douglas lhe responde: - Pai aquela moça me encontrou de novo e eu estive conversando com ela e ela me contou uma história que achei meio absurda, mas ela teima em dizer que o senhor também sabe desta história e que isso já faz mais de quinze anos e que tudo ficou no esquecimento e que o pai dela foi julgado por um assassinato e agora ele esta no corredor da morte e ninguém acredita nele! O pai de douglas chama o filho para sentar e ambos sentados o pai lhe diz: - Filho como eu lhe disse essa moça é metida a fazer confusão, são coisas do passado que já se foi. Douglas então responde: - Mas pai segundo ela o seu pai não teve culpa nenhuma no que aconteceu! O seu pai então lhe diz:- Filho na época ele foi acusado e flagado junto com o corpo da sua esposa, que estava morta com um tiro na cabeça; então esta pagando pelo que fez! Douglas lhe diz indignado; - Parece tão fácil para o senhor, simplesmente fácil,. No que seu pai lhe respondeu: Filho sou jornalista para divulgar os fatos, não para cria-los! No que douglas disse: Mas deveria ter averiguado a veracidade dos fatos não? No que seu pai se levanta irado e diz: - quem é você para me falar isso, querer dar lição, me respeita moleque. E vê se esquece isso e va cuidar da sua vida.
Douglas responde. Não vou esquecer vou levantar esse caso, vou fuçar, buscar , ver o que realmente aconteceu. O pai tenta amenizar a situação dizendo: - Filho vamos fazer o seguinte eu falo com o pessoal do jornal, vamos colocar você numa área melhor, que
tal? No que douglas diz : - Obrigado pai, mas se é para mim subir, vou subir pelo que eu sei fazer não por favor teu ou de outra pessoa. Douglas se levanta e vai para o seu quarto deixando seu pai pensativo.
Os dois homens estavam sentados frente a frente a tinha quaze a mesma altura, um era mais franzino e estava com as mãos algemadas.
Douglas olhando para aquele homem lhe indagou:
- Conheci sua filha, alias ela me procurou, me pediu para ouvir sua história, por isso aqui estou.
- bem meu nome é Fabiano Felix, bem vindo ao corredor da morte, sei que não é um lugar legal para receber visitas, mas não tenho muita escolha. Vou tentar contar para você o que aconteceu se bem que ninguém acredita. Bem a muitos anos atraz trabalhava eu com reparos e manutenção de calhas e fui contratado para fazer uns reparos na GRANDE GESSO, a maior empresa de gesso da região, só que fui avisado que tinha certas áreas em que eu não podia adentrar. Certo dia estava fazendo uma reforma de um telhado que estava com vazamento e concertando um velho forro, vi pela fresta de um buraco que homens trabalhava e transportavam blocos de gesso na parte de baixo, então fiquei a espiar a atividades deles. Foi quando um deles deixou cair um bloco daqueles e quando o mesmo se espatifou no chão caiu de dentro do gesso um monte de saquinhos brancos; acho que era droga, como tinha um celular bom resolvi filmar aquilo. Quando estava para descer, um guarda ali perto gritou comigo; que eu estava demorando, desci e fui tirar a escada ele me disse que podia deixar a escada ali que ele ia dar uma olhada para ver se o serviço estava bom. Fui para casa e escondi o celular, algo me dizia que ali, rolava um grande esquema da pesada. Certa noite andava eu pela rua da cidade quando uns sujeitos me abordaram, jogaram dentro de um carro e me levaram para matar em um matagal, dizendo que eu sabia de coisa que não era da minha conta, dizem que viram que eu tinha filmado alguma coisa com o celular; falei a eles que tinha passado o celular para um amigo e se algo acontecesse comigo ele levaria o celular para a justiça. Então eles fizeram algo terrível que me trouxe ate aqui, trouxeram dois litros de bebibas e me forçaram a beber os dois litros, bebi, logo desmaiei, quando acordei, estava preso e em minha frente um detetive da polícia me mostrava fotos da minha esposa morta e eu do lado com um revólver em minha mão.
Douglas então pediu: - E sua filha como ela escapou?
Fabiano lhe explicou – Bem ela estava passando as férias na casa de uma amiga e como era em outra cidade, só ficou sabendo através dos jornais; ela não acreditou, pois eu já havia lhe alertado sobre minha descoberta e que algo de terrível poderia acontecer comigo ou com a gente, ai ela passou a morar na rua ou com amigos, se mantendo escondida o máximo possível. Entao vim para o corredor da morte, ninguém acredita em mim, dizem que é um caso passional e que devo pagar.
Douglas diz : e o celular onde esta?. Porque não o entrega para a polícia?
Fabiano responde: Na época eu o passei para um homem do departamento de investigações um tal de Coruja, assim que pegou o celular ele sumiu, não sei se o mataram, desapareceu. Então agora estou aqui na fila da morte, a única saída seria achar esse celular. Douglas então resolve sair dali, na estrada ia se questionando os porquês daquela situação, e resolveu ir ter com seu pai novamente. O seu pai estava na redação quando viu o mesmo chegar e veio compliment-lo dizendo: - E ai investigador como vai as investigaçãoes? No que Douglas lhe responde: Pai estive falando com o Fabiano no corredor da morte, e me parece que o caso é bem mais cumplicado que o senhor me disse! O pai de Douglas num acesso de raiva grita dentro do jornal: - Já lhe falei para não se meter com essa gente cuida da sua vida. Douglas lhe responde_ Não precisa gritar que eu não sou surdo, só estou fazendo meu trabalho. Seu pai lhe diz: - Trabalho!
Que que você entende de trabalho jornalístico, é apenas um moleque!diz isso e sai furioso. Ao passar pela sala de recepção, Douglas escuta a secretaria dizer: - Ta nervoso, vai pescar!
A noite douglas se encontra com a jovem filha de Fabiano e lhe conta sobre os fatos a conversa com o pai da jovem e não fala nada sobre o ocorrido com o seu pai.
Douglas quando retorna para casa, estranha que os materiais velhos de seu pai não se encotra mais ali. O pai esta sentado juntamente com sua mãe e douglas pergunta:
- Fizeram uma faxina na papelada, no que sua mãe responde.: Filho seu pai me falou que você anda fuçando em coisas do passdo, que não vão te ajudar em nada!
Douglas responde: não se preocupe mamãe, só quero fazer um bom trabalho. Diz isso e vai para o seu quarto deixando os seus pais pensativos.
O telefone toca é um tira que atende do outro lado da linha uma voz diz que quer falar com um detetive ou investigador de apelido CORUJA, no que o tira diz que não há nenhum coruja ali. Assim sucessivamente vai perguntando a vários distritos e delegacias e ninguém sabe. Ao meio diz Douglas se encontra com a filha de Fabiano e lhe diz_ já tentei de todas as formas achar esse tal de CORUJA, mas não consigo acha-lo, no que a moça lhe diz_ olha pergunta ao seu pai ele deve saber. Os dois jovens estão em uma rua deserta conversando, quando sem notarem aproxima-se dos dois um veículo preto e ao passar por eles aparece um cano de uma espingarda, douglas vê o cano e instintamente joga se sobre a moça justamente na hora que o tiro ecoa, o carro sai em alta disparada, douglas e moça ficam imóveis no chão. A rua logo se enche de gente e aparece a polícia,faz perguntas e mais perguntas e por fim douglas e moça saem daquele lugar, eles agora sabem que tem gente querendo elimina-los.
Douglas, chega em casa e seu pai vem lhe questionar, fiquei sabendo que atentaram contra a sua vida e você ainda continua com essa idéia maluca na cabeça. Douglas então lhe pergunta: - pai quem é um tal de CORUJA, seu pai fica mudo e vermelho não conseguindo esconder o desconforto com a pergunta, disfarça e diz: - não sei meu filho, olha eu e sua mãe estávamos pensando em levar você para ficar um tempo em portugal
Lá você não corre perigo que que você acha? Douglas pergunta de novo: Quem é esse tal de coruja? Seu pai lhe diz indignado: - Não sei dizer! Não sabe ou não quer dizer, poxa pai, um homem esta prestes a morrer, por um crime que não cometeu, e o senhor fica omitindo uma coisas dessas? Seu pai lhe responde: Não estou omitindo nada!
Douglas responde: - Esqueceu que eu sou seu filho, o senhor nunca mentiu para mim, sempre quis me espelhar em você, sempre acreditei em você , quando você saia para trabalhar ficava lendo e relendo suas matérias e agora que estamos frente a frente te faço uma pergunta vejo ela na sua face e você me esconde isso!
Nisso a mãe de Douglas que estava no mercado chega e intervem na conversa: Que esta acontecendo com vocês dois, podem parar com essa briga. Douglas responde: - não é briga mãe, é só umas verdades que o papai esta querendo me dizer não é papai? Não vou para Portugal. Vou ficar aqui, vou arrumar uma outra casa para mim morar, se é que meu serviço encomoda vocês, após falar isso Douglas vai para o seu quarto e começa a arrumar as suas coisas, quando ouve em suas costas uma voz tão conhecida agora tremula lhe dizer: - Eu sou o CORUJA filho. Douglas se vira e vê seu pai encostado na porta, olhos baixos e ombros caídos. Douglas pergunta: - Porque pai?
Você me ensinou tantas coisas boas,e agora olho para o senhor e vejo, que você falhou, não só com o senhor. Mas com a sociedade e com aquela família, com o mundo pai. Imagine, quantas famílias serão destruídas, quantos lares, quantos viciados a mais. Seu pai tenta se aproximar mas Douglas se afasta do mesmo, seu pai então lhe diz: - Já vi que você não entende nada, ainda esta naquela de Rui Barbosa e tal, o mundo hoje filho é assim mesmo é dos espertos. No que douglas lhe diz: - Me da pena ouvir uma conversa assim do senhor pai, fala de Rui Barbosa, como se nunca tivesse lido nada a respeito, sinto pena do senhor, pois o senhor é fraco, omisso e covarde, coisas que certamente rui barbosa não seria. O pai lhe diz: - Um dia você vai entender, agora você deve ir para Portugal porque te viram com aquela menina. E querem vela morta e com certeza tentarão mata-lo também.É uma organização muito grande filho, não teria chance nenhuma de vence-los. Estão em todos os lugares. Douglas responde:ate aqui dentro de casa pai. O seu pai diz: - época eu era muito jovem e ambicioso e queria dar o melhor para você e sua mãe e consegui. Douglas responde_ conversa fiada, eu sou jovem há milhares de jovem que estão começando agora e com certeza não tem este pensamento podre que o senhor tinha ou tem, com certeza o senhor numa viu falar da palavra ética, não é? Agora me diga aonde é que esta o celular; que vou acabar de vez com esta palhaçada. Seu pai lhe responde: Não posso lhe dizer, é a nossa segurança, entendeu, vou dizer a eles que se algo acontecer a você, as imagens do celular vai denuncia-los e eles vão nos deixar em paz. Douglas diz: - Nossa pai sinto pena de você . Nisso sua mãe responde da porta: - Eu também sinto muita pena de você Matheus, jamais pensei que essa vida nossa regada de conforto, fosse a custas de sujeira. No que Matheus fala: Me perdoa Carmem eu estava pensando em nós. Carmem lhe responde: - Um homem vai morrer, outros serão condenados pelo vício e você preocupado com a nossa vidinha social. Francamente. Douglas lhe diz – Então pai o celular?
Seu pai Matheus lhe diz: - Não posso entregar. não posso! Douglas saindo do quarto diz da porta. Vou procurar a filha do seu Fabiano pai, vamos tentar resolver sem sua ajuda,
Mathias : - não faça isso, vão mata-los, você não sabe com quem esta lidando.
Douglas responde: - Melhor morrer honestamente do que viver hipocritamente submisso a um lixo humano. Dizendo isso sai deixando mathias e suas esposa cabisbaixo.
Douglas se encontra com moça e resolvem ir ate a fábrica de gesso, disfarçados de empresários, conseguem adentrar na empresa, e logo esta juntamentem com um funcionário fazendo uma visita pela empresa. Onde o funcionário vai lhes dizendo os modelos e marcas. Em dado momemto estão apenas os três em um enorme saguão cheio de gesso e douglas diz ao funcionário que gostaria de fazer necessidade, no que o funcionário lhe indica um banheiro ali próximo, quando douglas vai ao banheiro a moça que esta com uma saia super colada e sexi e os seios quase a mostra se incinua para o funcionário. Dizendo: nossa como esta quente aqui, você não tem um lugar mais fresco onde a gente possa ficar mais a vontade. O funcionário a leva para um canto do saguão e ela deixa cair levemente o sutiem aparecendo parte dos seios, o funcionário não perde tempo e logo a esta acariaciando. Enquanto isso Douglas saiu do banheiro e indo a um saguão do lado, quebra um bloco de gesso, e vê que dentro do mesmo há grande quantidade de saquinhos com cocaína. Após tirar umas fotos com o celular ele volta e começa a chamar pela moça que logo aparece dizendo: Ai querido o tadeu foi me mostrar as outras repartições, ele é tão querido. Assim eles fazem um pedido frio e saem dali, na estrada ela pergunta a ele, e daí conseguiu. Sim responde douglas, esta aqui, agora é só editar e mandar para a corregedoria da policia federal, que a casa vai cair.
A moça então lhe responde : Temos que ser rápidos daqui dois dias vão querer dar fim na vida do meu pai. Douglas não se preocupe vamos conseguir, vou deixar contigo o celular me esconda ele amanhã falo contigo
Doglas deixa moça numa esquina e diz que volta a falar com ela, no outro dia cedo.
Quando ele se vai, não percebe que um veículo encosta próximo da moça e duas mulheres truculentas descem do carro e a abordam, obrigando a mesma a entrar no carro, então uma delas lhe diz: Então queridinha, estã com tesão ainda ou nosso funcionário acabou com o teu fogo! Você vai nos mostra onde mora seu amiguinho agora porque ele e você tem algo que muito nos interessa. A moça lhe responde_ não sei de nada do que vocês estão falando, juro pela minha mãe. Nisso uma daquelas mulheres lhe da um tremendo tapa, deixando seu nariz sangrando.
No outro dia cedo Douglas, esta esperando a moça , e estranha a demora da mesma, eles tinha combinado se encontrar as 7:00 da manhã e já é quase oito horas e nada dela aparecer. As 10 horas douglas resolve ir para o trabalho. No outro dia ele esta desesperado procura pela moça em toda a cidade, leu nos jornais que Fabiano Felix será executado as 20:00 da noite; ele vira toda a cidade. Não encontra a mesma. As 19:30 ele vai para frente do presídio onde acontece as penas de morte e fica do lado de fora olhando os curiosos que se amontoam para verem a execução.19:55, douglas olha no relógio, pergunta para si mesma onde estaria a moça,19: 59, seu coração bate descompassadamente ele se prepara para escutar o anúncio de que Fabiano Feliz esta morto, quando escuta através de um megafone. A sentença de Fabiano Félix, foi anulada porque apareceram provas comprometedoras que acusam a empresa GRANDE GESSO, de ter articulado um plano para se livrar do condenado, assim como apareceu um vídeo mostrando as verdadeiras funcção da empresa. O juiz já expediu mandato de busca e aprensão, assim como a prisão de todos os envolvidos na empresa.
Douglas fica dando pulos de alegria, fica pensando que moça resolveu se antecipar a ele e resolve ir em sua casa buscar o resto de suas coisas, quando chega em casa, descobre que toda a mobília já não esta mais ali. Então seu vizinho vem lhe dizer_ Pois é Douglas seu pai, ajuntou as coisas dele e saiu tipo o diabo que foge da cruz, ele me disse que iria fazer uma coisa que ia deixar você muito feliz, e que se orgulharia muito dele e que com certeza um tal de Rui Barbosa iria bater palmas para ele. Neste momento Douglas sente um nó no coração. Uma lágrima cai de seus olhos e ele vê a moça, lhe sorrindo dizendo
Não se preocupe comigo Douglas, as vezes a humanidade tem que ter seus mártires para que ela não se perca totalmente. Sempre terá que ter alguém cuja ética e moral seja maior que as falcatruas do mal.
Douglas sabe agora que a moça pagou caro pelo seu silencio e que com certeza agora esta morta, e que seu pai, apesar de tarde recuperou seu senso de dignidade.
Douglas volta a sua empresa de jornal, pede a conta e resolve ir trabalhar numa outra empresa de jornalismo em outro Estado, ele sabe que mais cedo ou mais tarde alguém vai lhe perguntar se ele conheceu um cara chamado CORUJA.
Postado por MIGUEL ARTISTA às 11:29 0 comentários
segunda-feira, 22 de março de 2010
ATORES

(por Miguel
Joaquim das Neves*
(por
Antes de o galo cantar ele já estava de pé. Fez o fogo,
e, enquanto a água esquentava para o café, ele cortava
alguns pedaços de rapadura e esquentava alguns pedaços
de mandioca que sobraram da janta. Depois da forte
bebida, arrumou sua bolsa a tiracolo e pôs o pé no carreiro.
Ia descalço, levava as botas na mão, hoje ele as tinha
engraxado e não queria molhá-las com o sereno do amanhecer.
Olhou para o céu e percebeu que ia chover, mesmo
assim não apurou o passo, sabia exatamente quanto
tempo levaria da sua humilde palhoça até a pequena escolinha
improvisada em que já há dois anos lecionava.
Mas o céu trovoou e uma leve chuva desceu do céu e logo
se fez forte. Procurou abrigo embaixo de uma grande árvore,
mesmo sabendo que poderia ser vítima de um raio,
melhor arriscar do que levar pedradas na cabeça, pensou.
Ficou lá sentado olhando a chuva e viajou no tempo em
que morava na cidade grande, estudou e não conseguiu
terminar o último ano, era bom aluno, mas algo fez com
que não conseguisse seguir seus planos de formação superior.
Então as pedras começaram a cair do céu numa
velocidade incrível, se protegeu como pode. Logo viu que
tudo se acalmava, a bota estava encharcada, a roupa
também, se pôs a caminhar e três horas depois estava na
escolinha, entrou, colocou o material no seu devido lugar;
deixou a bota lá fora, a roupa secou no corpo.
Então eles foram chegando, eram mamelucos, índios, caboclos,
fi lhos de sitiantes, fazendeiros, muitos moravam em
palhoças no meio daquele matagal, mas todos eles vinham
alegres fazendo a maior algazarra. Quando entravam na
sala improvisada de madeiras velhas e coberta de bambu
rachado, todos se silenciavam, os bancos eram pequenas
toras de madeiras, não que derrubassem as árvores, é que
naquele lugar os bancos eram feitos daquela maneira.
Ele olhou, não precisou contar. Eram quarenta e cinco tocos
e só havia quarenta e quatro ocupados. Pensou: "A Maria
não veio, será que a ponte caiu?”. Num pressentimento
levantou, foi até a janela também de madeira e deu uma
olhada, pareceu que o vento lhe dizia alguma coisa, então
pediu para Maneco, que era o menino mais inteligente da
sala, que montasse umas leituras com a turma que ele iria
até a ponte ver se ela não tinha caído, pediu emprestado o
cavalo de Juvenal, este tinha um alazão ágil. Montou no cavalo
e partiu em disparada, no caminho um pressentimento lhe
mandava cortar por um atalho e subir de encontro às correntezas
do rio, puxou as rédeas, o cavalo refugou, mas obedeceu
e eles se perderam no denso matagal, logo avistou o rio que
estava bravo, tinha chovido demais, desciam troncos, uma
onça se esforçava para se manter agarrada a um deles. Tomou
rumo subindo contra o rio e na curva mais próxima levou um
grande susto, lá estava Maria descendo rio abaixo agarrada
em um pedaço de pau que outrora fora parte da ponte. Pensou
em se jogar na água com o cavalo, mas morreriam os três,
nadar nem por sonho, desceu com o cavalo, acompanhando a
trajetória de Maria, que lutava desesperada para não se soltar.
O pior: ela estava se aproximando da onça, rezou apavorado,
mas Maria chegou, as toras se trombaram; a onça, no sufoco
que estava, nem ligou para Maria, caiu na água e saiu nadando.
Graças a Deus, pensou consigo. Só então lembrou que na
sela poderia ter um laço, nunca fora boiadeiro, mas tinha de
tentar. O jogou e errou feio, jogou de novo e passou longe, então
amarrou bem o laço na sela e na cintura e se jogou na
água, sabia nadar e logo alcançou Maria. Quando a agarrou,
ela sorriu como uma criança no colo da mãe.
Gritou para o cavalo, mas ele não se mexia. Xingou, berrou
e nada, então, com um braço na cintura de Maria, com
o outro arremessou um pedaço de pau no cavalo, que levou
um susto e os arrastou alguns metros a mais do que devia.
Quanto mais ele gritava para o cavalo parar mais o cavalo
corria mato adentro os levando junto. Foi então que Maria
gritou com o animal, chamando-o pelo nome, e ele parou.
"Só porque é mulher ele parou", pensou.
Quando chegaram na frente da escola todos os alunos
os cercaram, ganharam aplausos e por sorte ninguém estava
machucado.
Descansou um pouco e resolveu terminar com a correção
dos exercícios das aulas passadas. No término da aula,
Maria veio lhe agradecer e perguntou como ele, um professor
tão efi ciente, estava ali naquele fi m de mundo enquanto
poderia muito bem estar em uma cidade grande dando
aula e ganhando bem.
Olhou para Maria e pareceu que de seus olhos caia uma
pequena lágrima, então ele respondeu que há muitos
anos ele tinha o sonho de ser um grande mestre professor.
Mesmo com a morte da mulher, fi cando com a fi lhinha de
cinco anos, resolveu estudar, mas não compensava a vida
dividida entre escola e casa, ainda mais que ganhara a
conta porque tinha que fazer muitos estágios, era pedreiro
de dia e de noite estudante. Tentou levar no peito e na
coragem mais as coisas se tornaram uma bola de neve, e
para piorar a menina estava muito doente, cada vez que ia
à busca de uma consulta demorava meses e até anos para
que fosse atendida, e um dia, quando voltava da escola,
cansado e desmotivado, viu que em sua casinha, velha e
improvisada, de latas e paus, havia um carro branco e algumas
pessoas. Levou um choque. Quando entrou, viu que
sua fi lhinha já não estava presente. Perguntou apavorado,
e lhe disseram que teria que ser forte, pois ela agora estava
descansando. Então ele compreendeu que tinha perdido
mais alguém para a miséria precoce da vida.
Maria viu que ele disfarçava as lágrimas, lhe abraçou, lhe
deu um beijo no rosto e perguntou:
– Mas porque não fi cou na cidade? Poderia sofrer menos
que aqui, teria mais recursos, até para ensinar!
Ele olhou seriamente para Maria e disse:
– Sei que não sou um Mestre cujas qualidades superam
os outros, é que na cidade para ter essa vida que você acha
que eu mereço, para comprar um carro, um apartamento,
uma casa boa e um plano de férias e de saúde, teria que
fazer por um bom tempo de minha vida um monte de horas
extras, e quem sabe por excesso de trabalho eu pecaria
contra a minha verdadeira intenção de ensinar, pois
excessivamente trabalhando para pagar minha comodidade
estaria talvez não ensinando como estou ensinando
aqui. Não tenho nada, tenho quarenta e cinco alunos que
amanhã serão o orgulho de uma nação e que com certeza
terão uma vida melhor do que a minha. Agora vamos
embora que você vai ter que fazer uma volta enorme para
chegar na tua casa. Fala para seu pai usar madeira de aroeira
que é bem mais resistente.
O professor
do sertão
Postado por MIGUEL ARTISTA às 14:00 0 comentários
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